Hoje quando li um depoimento de um avô sobre seu neto homossexual, me lembrei de imediato do meu vô Onofre, talvez pelo fato do Sr. Raimundo Nonato ser militar e amar tanto o seu neto…Aí, quantas saudades!! Estar com os avós é uma delícia! Quem ainda os têm sabe bem disso, mas quem já os perdeu sabe o quanto fazem falta e o quanto eram preciosos!!!
Foi exatamente essa relação única, deliciosa e tão importante que existe entre os avós e seus netos que me inspirou a escrever esse post. Espero que desperte em todos muito amor.
Pra mim é quase impossível lembrar da minha infância sem lembrar dos meus avós…dormir na casa da vovó e do vovô, maternos, onde tudo era possível, está entre uma das melhores lembranças da minha época de criança. Eu adorava escutar as histórias que ela contava, os lanches que fazia e trabalhar na oficina de marcenaria do meu avô como sua secretária. Eu me achava muito importante por isso!
Bem, voltando ao texto que li…durante o processo de aceitação penso que o apoio dos avós, irmãos, tios nessa caminhada é tão importante quanto o dos pais, por isso Sr. Raimundo Nonato, parabenizo o Sr., por ter ido buscar o conhecimento para vencer o preconceito e receber de braços abertos, seu neto, do jeitinho que ele é.
Tenho certeza que seu depoimento servirá de inspiração para outros avós e demais familiares.
Leiam na íntegra o depoimento desse avô que saiu na Veja Brasília, em fevereiro de 2014:
“Não é fácil abrir o meu coração, pois meus oito filhos, seis netos, irmãos, vizinhos e amigos vão ler (“Território livre”, 19 de fevereiro). Tenho 62 anos, sou militar da reserva e fui criado em uma sociedade em que homem gosta de mulher. Confesso que eu e mais seis amigos demos porrada em um homem em 1972 porque ele tinha tendências homossexuais. Preferia os gays lá e eu cá. Hoje, percebo quanto fui rude e idiota. No Natal do ano passado, meu neto de 18 anos assumiu na ceia que é homossexual. Foi um choque. Minha mulher, a mãe dele e eu passamos a ler muitos livros para entendê-lo. Nada, porém, foi tão esclarecedor quanto ver a foto daquela família reunida no altar com um casal de rapazes. A alegria das crianças naquele cenário de amor é uma bênção e ao mesmo tempo um tapa na minha cara. Chorei muito. Para entender o que se passa, basta ler uma frase na revista: “(Ser homossexual) é tão natural quanto o pôr do sol”. Que o Senhor e minha família me perdoem pela ignorância de quase uma vida. Meu neto, eu te amo.
Raimundo Nonato Oliveira Campos”
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