Chegou Novembro!! mês que adoro (meu aniversário) e para iniciar com o pé direito, nada melhor que uma história recheada de amor…não sei se acontece com você, mas quando leio uma história como essa além de me emocionar, me encho de esperança de que tudo pode mudar, basta ter amor…realmente fico muito feliz com essas histórias de vidas.
A história dessa família também foi contada no site Dadadá e Blábláblá de mãe para mãe, vejam alguns trechos, mas para ler na íntegra clique aqui.
“Nossa família é composta por uma professora universitária de 44 anos, uma psicóloga de 37, uma adolescente de 17 e um garotinho de 2 anos. Eu sou a mulher de 37 anos e irei compartilhar com vocês a experiência da maternidade sob o meu ponto de vista, que por vezes é diferente da vivência de minha companheira, de nossos filhos ou das pessoas que me lêem. Mas creia, outras partes podem ser iguais.
Sempre quis ser mãe. Esse desejo era muito forte e eu dizia para minha própria mãe: “-Vou te dar um neto, mas não sei se te darei um genro”. Quando eu dizia isso era porque eu tinha certeza sobre minha maternidade, mas não sobre minha sexualidade. Naquela época eu achava que amar outra mulher era pecado, doença, abominação, todavia tinha sérias dúvidas sobre conseguir compor uma parceria “para a vida toda”com um rapaz. (…) No momento em que nós três fomos morar todas juntas, foi uma época de adaptação. Conviver intensamente é diferente de viver sob o mesmo teto, e esta última situação requer cuidados, como todas as mudanças sérias na vida.
Passado esse período, tínhamos muitos compromissos profissionais onde precisávamos viajar e o tempo foi passando sem que nos apercebêssemos. Falávamos de nossa futura criança, mas sem tomar as providências para tê-la.
Com 4 anos de casadas, fomos rediscutir esta possibilidade (…) Como gerar nunca foi o desejo primordial, optamos pela adoção. (…) Tivemos medo de que, por ser um casal de mulheres, as trabalhadores do judiciário de nossa cidade tivessem algum impedimento a conceder a adoção para uma família como a nossa. Não havia nenhum impeditivo legal, (…). Quando meu telefone tocou, havia se passado dois anos e meio desde o dia em que manifestamos oficialmente nosso desejo de ter um filho perante a Justiça. Enquanto eu esperava a telefonista completar a ligação, meu sentimento era um misto de alegria e desespero. Do outro lado da linha uma voz feminina me disse: “-Há um garotinho para vocês conhecerem.(…) Mas a vida não é um supermercado onde as pessoas estão em uma prateleira para serem escolhidas. Depois de tantos planos e espera, era nos dado a oportunidade de conhecer um garotinho que também nunca havia conhecido uma família. Aceitamos e desejamos conhecê-lo, já sabendo que após o momento do encontro já não seria possível dizer “não”. Nossos corações não conseguiriam. (…) Ele não nos conhecia, nós não o conhecíamos e a fase da adaptação foi sofrida para todos. Como ele era bem pequeno, essa tal fase durou cerca de um mês, o que é pouco. Mas foi tão intenso que os dias pareciam não ter fim.
Hoje nosso garotinho tem 2 anos e 6 meses, e temos as mesmas responsabilidades com ele. Não existe a que dá a comida” e “a que dá banho”; “a que brinca” e “que dá bronca”. Ele tem duas mães e nenhum pai, e isso as vezes confunde as pessoas. Há perguntas explicitas ou implícitas que respondemos da maneira mais franca que podemos:
Pergunta: Qual de vocês o adotou?
Resposta: Nós duas o adotamos ao mesmo tempo.
P: Quem é a “mãe”no documento oficial?
R: Hoje em dia na certidão de nascimento não existe mais os campos “mãe” e “pai”, consta apenas “filiação”, sem distinção de gênero. Assim as crianças com “pai desconhecido” também ficam protegidas do inconveniente de não ter um nome no campo “pai”.
P: A criança não vai ter problemas sem ter um pai?
R: Creio que esta não será a primeira criança que será criada sem um pai, ou todas as que você conhece convive com um presente de fato?
P: O menino não terá problemas por ter duas mães?
R: Várias crianças consideram que tem duas mães, quando são criadas pela mãe e pela avó, pela mãe e pela irmã mais velha, por duas tias. Ou seja, ter duas mães é bem comum. Penso que o problema seria a criança crescer em um abrigo, sem a oportunidade de ter mães, irmãos, tios, avos, bisavós, primos, enfim, uma família que a ame e cuide.
P: Mas a criança sendo criada por um casal homossexual não pode se tornar homossexual também?
R: Geralmente as pessoas homossexuais São filhas de heterossexuais, ou seja, a orientação sexual de pai e mãe não influencia na dos filhos. Desta forma, a probabilidade do filho de um casal homossexual ser gay é igual a de todas as outras crianças. No mais, se ser gay não é nenhum problema, qual a preocupação real por trás desta pergunta?
(…) Ser mãe era um sonho antigo e que está sendo realizado na companhia da melhor família que eu poderia ter. Sou imensamente grata à genitora de meu filho, que o deixou na maternidade para que ele pudesse ser cuidado e amado por nós; à minha companheira por trilhar o caminho da maternidade comigo; à minha enteada por tê-lo desejado tanto e ser a “Tata”mais amada e; a minha família extensa, meus pais, irmãos, primos, tios, avós, por terem recebido meu filho de coração aberto: Vocês me fazem todos os dias mais feliz.”
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